Olhei o “Fim do Mundo” lá do alto de uma montanha, e senti ele me olhando de volta, mas sem nenhuma curiosidade, afinal, tantas outras pessoas já haviam ido até ali para fazer a mesma coisa.
Apreciei a caminhada e a conversa com dois argentinos que havia conhecido enchendo a cara, tocando violão e discutindo política na noite anterior, ele era de Buenos Aires, ela de Mendoza.
Bebemos uma dose de whisky de uma garrafa pequena, que alguém deixou numa pilha de pedras, eu a trouxe para casa como souvenir, depois bebemos o litrão de cerveja Beagle que levei, observando cada detalhe do horizonte e do Glaciar Martial.
É possível que nunca mais nos reencontremos, que aquela tenha sido a única e última vez que fui ao “Fim do Mundo”, seja o que tiver que ser, só consigo me sentir feliz e grato por ter vivido aquele momento, aquele lugar, aquele whisky, aquela cerveja, aquelas pessoas e cada passo que dei.
Ushuaia (Argentina) - 2017
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